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CAPÍTULO 26 — Dificuldade contínua
Realidade Média, Terra-03, labirinto de treinamento.
Ainda naquela noite reluzente, com o céu estrelado e a lua cheia iluminava todo o lugar, Jack, Jhenefer e Michel já estavam cansados pela última batalha enfrentada contra os três monstros finais da segunda fase. Já no chão, empoeirados, com cortes em todo o corpo, eles riam da vitória conquistava, pois, ali conseguiram desfrutar pela primeira vez uma boa porcentagem de todo o poder que os elementares possuíam, mas o melhor que eles achavam estar por vim, tristemente era a situação mais complicada possível.
— E agora, o que faremos? — indagou Michel para os outros dois que estavam na mesma situação, todos cansados.
— Ainda é noite, e estamos no final de fase. Não acredito que vá aparecer mais algum monstro por perto, pelo menos não agora. — Jhenefer respondeu bem ofegante, com suor escorrendo do rosto e olhos fechados.
– Gastamos bastante magia, precisamos descansar um pouco, até porque, a próxima fase é a última, mas será mais difícil ainda. Se não pararmos um pouco para recuperar as forças, morreremos rapidamente. — Jack respondeu juntamente e Jhenefer seguidamente, preocupado com as condições físicas de cada um.
– Mesmo já tendo derrotado aquele grupo, não temos garantias que será a noite toda calma. — Michel protestou contra a resposta de Jack muito pensativo, pois estavam em um dilema onde qualquer decisão decidiria a noite.
— Então o que faremos? — Jhenefer retrucou o posicionamento indagando em seguida, também preocupada pela longa noite a seguir.
— Pelo que parece, a próxima fase é mais estreita que essa, o que dificultará muito a nossa passagem. Michel, você pode elaborar um cubículo quadricular com alguns buracos com o seu elemento de terra para podermos dormir nele sem sermos notados por ninguém. Descansaremos essa noite, amanhã de manhã cedo avançaremos. — propôs Jack para Michel, que aceitou na hora.
O garoto se levantou do chão em que estava deitado, limpou a poeira das roupas, e com a pouca magia acumulada de seu ligeiro descanso, ativou o seu elemento de terra, fazendo um de seus olhos brilhar e criou o cubículo com vários furos de aproximadamente 5 centímetros, para que a luz chegasse até eles e também, melhorasse a circulação do ar. Naquela hora, eles engarrafaram um pequeno corredor do labirinto, já que o mesmo não era muito grande.
— Vamos comer, precisamos recuperar nossas energias para amanhã. Se algum monstro passar por aqui, pensará que isso é somente pedras amontoadas, acredito eu — Jack finalizou o seu raciocínio propondo a janta, mas tentando ser o mais precavido possível.
Michel e Jhenefer concordaram, também com um frio na barriga, pois, juntamente com Jack, não sabiam dos riscos ou consequências que poderiam ocorrer só com aquela pequena precaução, mas eles só precisavam passar aquela noite e logo chegariam à última fase do labirinto.
Labirinto de treinamento, dia seguinte.
Amanheceu no labirinto, a lua reluzente deu lugar ao sol grandioso e exaustivo, como o lugar onde o trio estava era pequeno, o cubículo se transformou em uma sauna extremamente quente. Seus corpos ficaram todos avermelhados, suas roupas completamente molhadas pelo suor e a exaustão era maior que a noite passada, quando dormiram ainda com a temperatura bem agradável.
— Como não pensamos que faria esse calor insuportável ontem? — Jhenefer perguntou enraivada com o corpo todo pegajoso, como se estivesse toda coberta de cola.
— Para estar com esse calor todo, suponho que acordamos meio tarde demais, chuto umas nove ou dez horas. — Jack hipotetizou com base na posição do sol em relação ao lugar onde estavam.
— Vamos sair logo daqui! — Gritou Michel, ativando novamente seu elemento de terra e formando a mesma manopla usada na luta anterior. Com ela, não pensou duas vezes e derrubou toda a estrutura de dentro para fora. O calor, que já era insuportável, se tornou pior ainda. A pele dos corpos deles três começou a literalmente queimar por conta da temperatura, foi quando Jhenefer teve a brilhante ideia:
— Ativarei meu elemento de água e fazer chover. Como ele é forte, deve conseguir nos refrescar o suficiente para passarmos dessa fase sem morrermos queimados.
Sem esperar a opinião dos outros dois, ela ativou seu elemento de água, fazendo seu olho respectivo brilhar em uma larga escala. Levantou a sua mão direita para o céu e começou a imaginar nuvens carregadas de água no estado de vapor. Com isso, até o suor de seus corpos foram evaporados juntamente a umidade ao redor, e somando a sua magia, formaram-se grandes nuvens acinzentadas começando a disparar trovoadas contínuas, em seguida, a chuva forte começou.
O céu que antes não tinha nenhum resquício de nuvens e era limpo com o sol forte, se transformou em algo parecido com um começo de dilúvio. Sem acreditar no que fez, a garota comemorou saltitando de felicidade pela notável chuva gerada. Os garotos também agradeceram sem falar nada, somente olharam para cima e deram um largo sorriso, expressando uma enorme gratidão pelo sucesso da amiga.
As outras pessoas que também estavam no labirinto treinando não entenderam direito como tudo aquilo aconteceu apenas em questão de segundos, mas ficaram juntamente contentes pelo refresco que causou. Pela primeira vez, Jhenefer conseguiu usar um de seus elementos para ajudar um lugar inteiro repleto de pessoas desconhecidas, a felicidade era algo inimaginável, mas a infelicidade veio logo a seguir.
A terceira fase do labirinto, que seria hipoteticamente a pior, era toda vermelha, e não de tinta, mas sim de sangue das pessoas que já passaram por ali. Todos os corredores fediam a sangue de vários dias sem ser limpos. Nos rostos, percebia-se o nojo só de olhar para as paredes do lugar. Jhenefer, que há alguns segundos estava feliz, vomitou descontroladamente, seguindo por Michel. Jack conseguiu segurar sem passar mal, mas não ficou nada contente pelo todo o cenário onde estava:
— Além de ser menor ainda em termos de espaço, é nojento com um fedor insuportável, mas teremos que passar por aqui, querendo a gente ou não.
— Não temos outro jeito né? — Indagou a garota para Jack, passando mal pelo vômito repentino.
— Não, não temos.
— Vamos logo avançar. Quanto mais rápido formos, saímos também. — Michel afirmou olhando-lhe primeiro, e logo após, direcionando para Jack, que estava na frente dele parado, olhando para frente com os olhos vermelhos lacrimejando com a chuva, que escondia as lágrimas que escorriam sem parar em seu rosto.
— Garotos, precisamos falar com vocês. — disse uma voz nos subconscientes do trio.
Sem esperar por aquilo, novamente uma dor no pé da cabeça surgiu inesperadamente, causando tontura seguindo por desmaio imediato. Quando acordaram, todos eles estavam reunidos em um só lugar, e não separados. O lugar ainda era esbranquiçado, com partículas indo de um lugar para o outro, porém, era algo reconfortante, que acalmava a alma com a mente.
— Vocês de novo? O que querem? Estamos prestes a completar o labirinto! — Jack retrucou com os nervos à flor da pele. O lugar que deveria acalmá-lo, na verdade, o deixou mais irritado, igualmente os outros dois.
— Até agora, vocês só nos conhecem pela nossa voz. Como já possuem a primeira memória, nada mais justo do que revelar as nossas formas, já que irão descobrir a nossa origem em breve. Garanto, vão se surpreender. — respondeu o elemental da natureza a pergunta do garoto. Todos eles estavam até aquele momento em formato de espectro, uma luz, que emitia cada elemento respectivo.
Os elementais se reuniram em um círculo, com Jack, Jhenefer e Michel no meio. A luz que emitiam era grande demais, que fez o trio cobrir os rostos com os braços. Quando cessou e baixaram os braços, finalmente descobriram as formas verdadeiras. Um pássaro de fogo gigante que queimava, intensamente e fazia o seu bater de asas cortar qualquer coisa, e suas chamas a curar, seguindo pelo mais deslumbrante, com sua pelagem branca e macia, porém, com corpo rígido, musculoso e semblante rigoroso, a fênix do fogo e o lobo dos metais, esses eram os elementais de Jack.
Um animal com umas das melhores proteções que existiam. Seu casco era duro feito pedra, quase inquebrável, rosto de criança, mas experiências de um sábio que já viveu por milênios, juntamente a outro que era um só um com a natureza. Dominava os animais, as montanhas e tudo que tinha vida sobre a terra. Com seu corpo que parece pouco se locomover, porém, conseguia coisas quase impossíveis e seu rosto de aparência engraçada, eram a tartaruga da natureza e o tatu da terra, esses eram os elementais de Michel.
Por último, mas não menos importantes, os dois seres que, em teoria, foram os primeiros a dominarem a terra como animais. Uma ave perspicaz, com o seu corpo robusto, penas longas e afiadas, seu olhar de longo foco e alcance com sua habilidade de captura tanto nos ventos quanto em água, com outro que possuía o corpo extremamente mole dentre todos existentes, pois não desfrutava de esqueleto, com mais de dez braços que serviam para se locomover em qualquer lugar e capturar qualquer ser com seu poder de sucção, um dos melhores nadadores e animal marinho, eram eles a águia dos ventos e o polvo das águas, os elementares de Jhenefer.
Cada um deles possuíam um corpo gigantesco, que conduzia o trio parecer baratas se comparados. Eles, observando tudo aquilo, começaram a suar frio, engolindo suas salivas, todavia, foram se acalmando, resultado gerado pelas chamas da fênix, um calor que aquecia o corpo e fazia relaxar, isso os deixaram tranquilos, sem ficarem pirados de vez.
— Como podem perceber, somos bem diferentes uns dos outros. Seus elementos são necessários para qualquer vida, seja ela humana ou não, racional ou irracional. — explicou a fênix, com o seu bater de asas.
— Não precisam sentir medo, somos uma parte de vocês. Nos considerem um órgão vital principal, que precisam para qualquer coisa na vida. Outra coisa que pode acontecer por consequência é que, se morrermos, vocês também morrem, porém, se vocês morrerem, não morreremos, já que somos uma vida separada, entretanto, entrelaçada com as suas. — disse o logo em seguida, explicando juntamente a fênix, as consequências da morte.
— O que aconteceu com os magos originais foi que eles foram mortos em batalha, por conta disso, nos desprendemos de seus corpos, na verdade, extraídos, minutos após morrerem. — o tatu seguiu com as explicações seguidamente.
— E o que faremos agora sabendo disso? Como quer que nós processe esse tanto de informações? — Michel retrucou as explicações com perguntas que faria a sua vida depender delas.
— Continuem com os seus treinamentos, e o mais importante, não morram. — disse a tartaruga, encerrando a conversa.
Depois do diálogo, uma enorme explosão aconteceu, mas não naquele lugar. Era como se pudessem sentir o que acontecia em volta deles enquanto estavam desmaiados. Elas foram se repetindo cada vez mais, até chegar em um momento que o choque de uma delas fez os três despertarem sem perceber que haviam acordados.
— Mas o quê? Voltamos? — Jack perguntou, sem entender a situação em volta.
— Parece que despertamos a força pelas explosões, mas de onde elas estão vindo? — Jhenefer indagou, tentando averiguar o cenário junto a Jack.
As explosões eram originadas do começo da segunda fase, onde parecia que outro grupo estava batalhando com os monstros. Elas eram fortes e altas, dando para ouvir a quilômetros de distância e explodindo as paredes em volta.
— Pessoal, acredito que algo aconteceu conosco, meus olhos estão brilhando juntos, e consigo fazer crescer pedras e plantas das mãos! — expôs Michel o feito que conseguiu realizar com grande alegria no rosto.
— Parece que agora, podemos usar mesmo que pouco os dois elementos juntos, e não só um por vez. — Jack explicou, tomando em conta as características em que Michel estava.
— Será que vale para nós três? — Indagou Jhenefer desconfiando das probabilidades com semblante duvidoso e descontente.
— Acredito que sim. Não seria justo se só acontecesse com ele, não é?
— Se você diz… então vamos logo avançar, não quero tomar essas explosões na cara.
Com aqueles pensamentos em mente, o trio avançou sem processar todas as informações recebidas, contudo, a sorte que já não era alta, piorou ainda mais. Um grupo de monstros com mais de três metros e diferentes raças se aproximaram deles, com sangue nos olhos, quebrando tudo por onde passavam, e como o espaço já não era grande, as paredes rachavam e se quebravam com o impacto. Sem ter tempo para pensar, os três também avançaram com sangue nos olhos já prontos para matar, mas não morrer.
Continua…